Pessoas:
Seja virtual, telefone, ou tete-a-tete, tenho conhecido e engatado boas conversas com algumas pessoas ligadas a artes, decoração, artesanato. Nestas ultimas 2 semanas - por causa de um projeto de uma coleção que estou desejando lançar no mercado - eu conheci pessoalmente três artesãs com as quais troquei boas idéias, misturando nas conversas o gosto pelo fazer, idéias de negócios, assuntos de família. Daí, lembrando também das colegas virtuais com as quais venho paulatinamente formando amizade, cada uma ao seu modo me faz concluir o seguinte: há um espírito de colaboração neste microcosmo do artesanato que, eu sinto, se sobrepõe ao espírito da competição e do plágio, no geral estas - mulheres em sua maioria - da grande liga do "eu amo fazer estas coisas manuais" celebram e encorajam os esforços e conquistas umas das outras.
Um viva à troca de idéias, ao compartilhamento, ao conteúdo grátis que muitas disponibilizam. Sucesso a todas que pensam em artesanato 24 horas por dia! Desejo que este movimento tenha sempre um saldo positivo para os indívíduos e para a comunidade em geral. Com ética é possível.
Meu aprendizado:
Fazendo uma busca para uma festa náutica, quando eu estava elaborando umas dicas para a mamãe de Fortaleza citada em outro post eu estava com a cabeça fervilhando, queimando as pestanas mesmo, e fiquei surpresa e feliz por perceber que muitas coisas que eu pensei são semelhantes a festas já produzidas por outros, sem que eu necessariamente tivesse tido contato com o trabalho destas outras pessoas antes. É natural, significa que minhas leituras, buscas, contato com materiais, observação, etc. já me deram uma bagagem cultural nestes assuntos. Fiquei feliz
Sobre processo criativo:
Coloco aqui o trecho de uma entrevista da artesã Tessa da HattieRex ao Etsy.
What first made you want to become an artist?
I think most people are born with some degree of creativity; you can nurture it and let it change you or you can starve it and let it die. As a child my parents encouraged art and imagination, and throughout my life creativity has taken different forms. I don’t think I ever officially decided to be an artist, or if I even consider myself more than a person who does artistic things. To me, being called an artist is a huge compliment.
O que fez você querer se tornar uma artista?
Eu acho que a maioria das pessoas nasce com algum grau de criatividade; você pode alimentar isto e deixar que isto mude você ou você pode deixar isto morrer. Quando criança meus pais encorajavam arte e imaginação e por toda a minha vida minha criatividade teve várias formas. Eu não acho que eu tenha um dia oficialmente decidido ser uma artista, ou se eu me considero algo além de uma pessoa que faz coisas artisticas. Para mim, ser chamada de artista é um enorme elogio.
...
Gostei destas falas porque vem ao encontro de como eu gostaria que fosse o contato e a relação do meu filho com as artes, de como eu penso a educação do meu filho de uma forma menos bitolante e mais associada ao aprender descobrindo que a grandeza do conhecimento humano está na matemática, na filosofia, nas manifestações artísticas, na beleza do esporte. É ó-bvio que desejo o melhor para meu filho tanto material como espiritualmente por isto mesmo é que quero que ele seja capaz de ver o quadro geral e usar todos os seus recursos intelectuais e físicos para sobreviver bem.
Fica aqui uma foto minha e do baby boy - sempre um entusiasta de todas as tentações que o material e as ferramentas de artesanato da mamãe representam.
Esta é de 14/09/2008
Eu estava fazendo um quadro com fotos das filhas de um amigo
E o bebê querendo fazer scrap junto!
Esta é dos preparativos para o aniversário de 2 anos.
Ele ficava descrevendo as telas enquanto elas secavam.
Todas estas telinhas foram o centro de mesa da festinha de 2 anos, do Thomas and Friends
Artes e artesanato é um sonho numa sociedade extremamente voltada ao material porque você tem que viver, você também tem que ser capitalista, você yem que vender sua arte, mas muitas coisas não são vendáveis - e que assim continuem - e a maioria das pessoas simplesmente não veem e não valorizam os trabalhos manuais. Compra-se tudo pronto, muitas vezes quinquilharias feitas na China, produtos piratas, feiuras, mas não se compra artesanato. O que me lembra do livro "O feijão e o sonho".